terça-feira, 14 de abril de 2009

Vazio...

Os dias não são de todo ruins... na verdade alguns são bem agradáveis! amigos, família, estudo, trabalho... não resta muito tempo pra pensar... graças a Deus!
A vida antes era boa: nada que fazer, apenas se preocupar em ser você mesmo, em estar lá... e assim ela era completa, feliz! Então um dia veio o vazio! Aquele vazio que vem do fundo da alma, do coração... que faz você se sentir uma casca oca, um ser sem razão de ser... Pensar torna-se doloroso; não pensar, impossível!
É em função das pequenas tarefas cotidianas que você passa a viver: primeiro ano a ano, depois mês a mês, então dia a dia... até que um dia tudo em que se pode pensar é no próximo afazer, passa-se a procurar cada vez mais tarefas... Descobre-se que há prazer demais nas questões não-humanas: nos livros, nos jogos... e nas festas! ah, as festas! a música, a dança, a bebedeira... o prazer de ser quem não é! ou é, mas não pode ser...
E aos poucos o cansaço vai tomando conta do seu corpo... as noites deixam de ser aquela tortura: os pensamentos não têm tempo de lhe tirar o sono e a cama passa a ser sinônimo de descanso! Aos poucos a vida entra nos eixos... é arrebatada pelo vazio: o não pensar, o não ser...
Já o outro vazio... esse irá permanecer! talvez cresça, talvez dimminua... talvez nunca passe! É o que te empurra para o que chamamos de vida; é o que te puxa para a solidão...


"Pena que os buracos-negros ainda não haviam sido descobertos, senão Tita saberia que o que sentia era um enorme buraco-negro dentro do peito..." - trecho do filme "Como água para chocolate"